Quantas vezes já procurou um nutricionista, recebeu um plano alimentar, cumpriu durante um determinado período de tempo e, depois, voltou tudo à estaca zero? Será que não criou empatia suficiente com o profissional de saúde? Terá sido o plano alimentar desadequado para os seus objetivos?
Apesar de serem fatores importantes nesta equação, não nos enganemos: numa consulta de nutrição é necessário um empenho de ambas as partes e, por isso, metade do trabalho também é seu.
Já experimentou analisar a palavra “motivação”? Nela estão escondidas duas outras palavras de extrema importância: motivo e ação. Se desconhecer os motivos pelos quais quer emagrecer ou simplesmente alterar os hábitos alimentares, como vai sentir-se motivado/a para agir?
Não são raras as vezes em que o motivo para emagrecer é voltar a vestir a roupa que tem no armário. E quando voltar a vesti-la, o que vai manter a motivação? Terão, certamente, de existir mais motivos. Por outro lado, se o motivo for agradar alguém, como por exemplo o/a companheiro/a, pergunto-lhe: se por alguma razão essa relação acabar, de que forma é que a motivação vai sobreviver? Estabelecer os motivos é um passo crucial. Para além de terem de ser bem sustentados, devem depender inteiramente de si.
A par disto, há vários pensamentos limitadores que poderão impedir que tenha resultados. Já contabilizou o número de vezes que diz que não é capaz? Será que já disse várias vezes que sempre teve excesso de peso? Que nunca vai chegar onde pretende? Se é realmente isso em que acredita, como espera conseguir?
Experimente contrariar esses pensamentos. Certamente já percebeu que a forma como lida com esta questão, não o/a está levar onde quer chegar. Se acreditar que vai ter sempre excesso de peso, cada vez que não obtiver resultados será apenas uma confirmação do que já sabia. Inconscientemente todas as ações que fizer estarão em concordância com o que acredita e, por isso, os resultados serão os mesmos. Acredite, a resposta e o “milagre” que espera não estão lá fora. Estão, primeiramente, em si.
Comece por implementar as seguintes medidas para começar a ter resultados diferentes, POR SI:
– Marque uma consulta com um nutricionista (acredite que não há informação na Internet que se compare à que irá obter de um profissional que ouvirá a sua história, que é, certamente, única);
– Imagine-se a atingir o resultado que tanto quer. Que aspetos da sua vida seriam diferentes? Escreva sobre isso;
– Se tem um peso que realmente quer atingir, escreva-o. Escreva também a data em que pretende atingi-lo (caso este passo lhe crie ansiedade, não precisa de o fazer);
– Escreva pelo menos 3 motivos pelos quais quer atingir esse objetivo ou, simplesmente, emagrecer;
– Não procure um momento ideal para fazer uma mudança alimentar, simplesmente comece;
– Perante uma situação menos positiva, não lhe chame problema mas sim desafio;
– Substitua expressões como “eu não consigo” por “eu ainda não consegui” e “eu quero perder peso” por “eu quero atingir o peso x”;
– Aceite o facto de não lhe ser possível cumprir um plano alimentar a 100% e comprometa-se a cumprir, por exemplo, 50%.
Este artigo faz parte da (E)Revista de abril de 2019, que conta, também, com artigos na área da psicologia. Pode descarregar, gratuitamente, aqui.